Os artistas e a pandemia covid-19
A pandemia da covid-19 revelou um Brasil esquizofrênico. Diante de uma “gripezinha” mortal, prefeitos, governadores e o presidente da república não foram capazes de formar um pacto em favor da vida da população. A demora e o despreparo com a gestão pública está custando caro aos brasileiros, hoje somos o sexto país do mundo em mortes pela covid-19. E sabemos da subnotificações que rondam esses dados.
Raríssimos são os setores da economia que estão conseguindo se manter com tranquilidade. Com os artistas e trabalhadores da Cultura não é diferente. Em vários países existem bons exemplos de ações que garantem a saúde integrada à economia. No Brasil, são pontuais os exemplos de projetos que foram lançados para dar sustento aos profissionais das Artes e da Cultura, por meio de apresentação de trabalhos, oficinas ou bate papos virtuais.
O Estado de São Paulo tem um prejuízo estimado na área cultural que chegará a R$ 34,5 bilhões, o que equivale a 1,7% do PIB estadual. E falar da área cultural não é só falar de músicos ou de atores, é falar de técnicos de som, técnicos do audiovisual, técnicos de teatros, de montagens de palcos, de designers e de artistas visuais, dos trabalhadores dos cinemas, dos restaurantes e dos bares. É falar de mestres e de brincantes. Mas a Secretaria de Cultura do Município de São Paulo correu atrás e fez a lição de casa.
Para Pedro Granato, coordenador dos Centros Culturais e Teatros da Secretaria Municipal de SP, o esforço da SeCult SP foi em duas direções. A primeira, a de preservar os editais que já existem, mantendo os fomentos da Dança, Teatro e os novos fomentos da Música, da Cultura Negra e das Periferias, “para dar a sensação de longo prazo, e assim não ficar apenas na mitigação, mas estimular a pesquisa, que é tão importante para a criação”, segundo Granato. A outra ação, em resposta aos teatros e centros culturais fechados pela pandemia, foi o lançamento de editais para projetos realizados pelos artistas em casa. Como exemplo, os editais Teatros e Centros Culturais na Rede, Bibliotecas Online e Conexão Casas de Cultura que são uma resposta ao pandemônio que se instalou por conta da covid-19.
Nos editais percebe-se a preocupação em acolher artistas e/ou pesquisadores de linguagens como Artesanato e Técnicas Manuais, Gestão Cultural, Patrimônio Imaterial, Patrimônio Material, Produção Cultural, Arte e Cultura Digital, Artes Visuais, Audiovisual, Cinema, Televisão e Novas Mídias, Circo, Cultura Cigana, Cultura Estrangeira (imigrantes), Cultura Geek, Cultura Indígena, Cultura LGBTQIA+, Cultura Negra, Cultura Popular, Dança, Gastronomia, Moda, Música, Rádios comunitárias e podcasts, Teatro, Música, Hip-hop, Capoeira e Literatura.
Pedro Granato é ator e diretor de teatro e acredita que esses editais em tempos de covid-19, mudarão a forma como usufruímos das Artes. Ele cita como exemplo a diretora Cristiane Jatahy, que já vem desenvolvendo espetáculos híbridos, mas que esse momento proporcionará a todos os artistas, populares e contemporâneos e pesquisadores, outras maneiras de manifestaçãoe produção de objetos artísticos.
Os editais abertos para os viventes da cidade de São Paulo são:
Fomento às rádios comunitárias – Até 30/5
Fomento ao circo – Até 6/6
Premiaçao espaços culturais independentes – Até 7/6 Clique aqui
Promac – Até 27/5
Teatros e Centros Culturais na Rede - Até 1/9 Clique aqui
Bibliotecas Online – Até 1/9
Conexão Casas de Cultura – Até 1/9
E-vivencias - Até 1/9