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São Paulo e suas Culturas Populares, Comunidades e Povos Tradicionais

  • Por Thereza Dantas - Comunicação FCPT
  • 1 de ago. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 4 de out.


Mais de 250 pessoas atenderam ao chamado e participaram do 1º Encontro Paulista das Culturas Populares e Tradicionais e o Novo MinC, organizado pelo Ministério da Cultura (MinC), em parceria com o Fórum para as Culturas Tradicionais e Populares e o Sesc São Paulo, realizado no dia 23 de Julho, no Sesc 14 Bis, na capital paulista.


Caiçaras, quilombolas, indígenas, povos de matriz afrobrasileira, pesquisadores e capoeiristas ouviram, no período da manhã, as falas das autoridades como a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural/MinC, Márcia Rollemberg e a secretária dos Comitês de Cultura/MinC, Roberta Martins, o diretor de Políticas para Trabalhadores da Cultura, Derik Santana, representantes das Secretarias de Cultura do Estado e do município de São Paulo, do Sesc São Paulo, que também contou com as presenças do vereador Eduardo Suplicy (PT – SP) e vários assessores de deputados estaduais paulistas.


Ouvidos atentos às falas que saudavam e apresentavam informações e números sobre as ações que estas instituições estão trabalhando em prol das Culturas Populares e Tradicionais. Na fala de abertura, uma ótima notícia: o Ministério da Cultura está em processo de elaboração da Política Nacional para as Culturas Tradicionais e Populares, uma reivindicação antiga do movimento das Culturas Populares, Povos e Comunidades Tradicionais para que políticas públicas alcancem mestras, mestres, e comunidades e territórios tradicionais e povos indígenas.


Após o almoço, uma grande roda de conversa aconteceu com o diretor de Promoção das Culturas Populares, Tião Soares, e o coordenador de Articulação da Cultura Viva (MinC), Leandro Anton, e muitos questionamentos foram levantados sobre como democratizar e ampliar o acesso dos mestres, mestres, brincantes e fazedores das Culturas Populares ao orçamento da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) em seus territórios.


Para Leandro Anton, o movimento social terá que fazer uma busca ativa nas Prefeituras e Governos de Estado para garantir a publicação de editais e programas da Cultura pensados para mestras, mestres e comunidades tradicionais. “O Programa Cultura Viva indica um orçamento de 30% para editais e projetos voltados às Culturas Populares e Tradicionais, caberá ao movimento cultural acompanhar como as secretarias de Cultura estão apoiando o território”, avaliou. Para o diretor de Promoção das Culturas Populares, Tião Soares, as propostas apresentadas no encontro servirão para orientar a elaboração de políticas que “promovam a diversidade cultural e o patrimônio imaterial do país”, explicou.


A criação da Política Nacional para as Culturas Tradicionais e Populares, a aprovação da Lei Federal das Mestras e Mestres do Brasil (PL no. 1.176/2011), o acesso ao Poder Legislativo e Judiciário para informar e coibir o racismo religioso, a simplificação dos mecanismos de contratação de artistas e grupos populares e tradicionais conforme aprovado pelo Marco Regulatório do Fomento à Cultura, e outras pautas das Culturas paulistas fazem parte da Carta Paulista Para As Culturas Populares e Tradicionais que foi organizada durante o encontro no Sesc 14 Bis. (Link aqui)


Culturas Populares são plurais Além das prosas, vários grupos se apresentaram no palco do teatro Raul Cortez. O Grupo Mistura Popular, Jongo De Piquete em conjunto com o Jongo de Embu das Artes, Movimento de Samba Garoa do Recôncavo da Casa Mestre Ananias, e a emocionante apresentação dos Grupos de Folia de Reis e Catira: Novos Araçás, Catira Tradição de Minas, Companhia de Reis Sagrado Nascimento, Família Dú Catira, Os Favoritos da Catira, Os Mensageiros dos Santos Reis e Trio Flor de Mussambê mostraram sua força musical e resistência cultural.


São gerações de festeiros, devotos e brincantes, patrimônio material e imaterial das Culturas brasileiras, que podem confundir artistas de outras linguagens culturais. São culturas antigas, com mais de 200 anos, que não se limitam a uma linguagem artística, muitas vezes reprimidas pelo pensamento colonizador cristão e que poucas vezes encontram espaço de reconhecimento nas políticas do Poder Público. Por exemplo, até hoje não existe um canal de TV com representantes das Culturas Populares, Povos e Comunidades Tradicionais. Muitos mestres e mestras são perseguidos violentamente, seus espaços são destruídos e é cada vez mais urgente que a sociedade brasileira entenda quem são as nossas raízes e inspiração de vários movimentos culturais importantes como a Bossa Nova, o Tropicalismo, o Mangue Beat, ou músicos como Heitor Villa-Lobos ou pesquisadores como Mário de Andrade e Darcy Ribeiro. Nossos encontros não devem fugir do foco das necessidades de mestras, mestres e comunidades tradicionais e devem apontar ao Poder Público, caminhos que reparem a violência e o silenciamento de centenas de anos sob a conivência colonial cristã.

1 comentário


obagyaye
09 de out. de 2024

Olá boa noite queremos estar presente nos próximos encontros em São Paulo

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