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Alaiandê Xirê: Desafios da cultura religiosa afro-americana no século XXI

“Sou viramundo virado Nas rondas da maravilha Cortando a faca e facão Os desatinos da vida Gritando para assustar A coragem da inimiga Pulando pra não ser preso Pelas cadeias da intriga Prefiro ter toda a vida A vida como inimiga A ter na morte da vida Minha sorte decidida [...]’

Gilberto Gil, Viramundo, 1979.

O livro on-line Alaiandê Xirê: Desafios da cultura religiosa afro-americana no século XXI conta com trabalhos debatidos no XIV Alaiandê Xirê - Seminário e Festival Internacional de Culturas Africanas e Afro-brasileiras, ocorrido em São Paulo, entre 30 de outubro e 2 de novembro de 2013, no terreiro Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci além de outros artigos que buscam apresentar um conjunto de reflexões sobre as culturas africanas e afro-americanas em seus aspectos etnográficos, históricos, artísticos e políticos.

XIV Alaiandê Xirê - Seminário e Festival Internacional de Culturas Africanas e Afro-brasileiras/2013. foto: Bruna Amaro.

Com conselho científico composto por renomados pesquisadores do Brasil: Denise Dias Barros - USP, Dilma de Melo Silva – USP, Ligia Ferreira – Universidade Federal do Estado de São Paulo, Mundicarmo Ferretti – Universidade Federal do Maranhão, Nilma Lino Gomes – Universidade Federal de Minas Gerais, Ricardo Alexino Ferreira – USP; Angola: Carlos Yoba – Universidade Lueji A᾽Nkonde; Cuba: Ileana Hodge Limonta – Centro de Investigações Psicológicas e Sociológicas; França: Jean-Pierre Dozon – Fundação Casa das Ciências do Homem e Estados Unidos: James Lorandy Matory – Universidade Duke e Niyi Afolabi – Universidade de Texas a Coleção Viramundo pretende publicar livros em formato digital a serem disponibilizados no Portal de Livros Abertos da Universidade de São Paulo - USP e irá privilegiar a edição de obras no campo dos estudos e produção de conhecimento relacionado às populações africanas e afro-brasileiras.

Logomarca da Coleção Viramundo/2019.

A proposta de criar o Festival-Seminário Alaiandê Xirê, em 1998, foi de Roberval Marinho e Cléo Martins (Lojutogun e Agbeni, respectivamente) do Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador, Bahia, terreiro que o sediou pela primeira vez. Desde então, o encontro vem sendo realizado, de forma itinerante, em terreiros de outras cidades, como Recife, Brasília e São Paulo.

O livro Alaiandê Xirê: Desafios da cultura religiosa afro-americana no século XXI organizado por Vagner Gonçalves da Silva, Rosenilton Silva de Oliveira e José Pedro da Silva Neto, com a revisão de Juliana Yumi Faria Imamura e diagramação de Luciano Alves procurou dar a maior abrangência possível ao importante debate sobre as comunidades tradicionais de matriz africana como agentes políticos pelo fato de serem importantes centros de construção de identidade voltados à memória, ao conhecimento e prática de valores cognitivos de origem africana.

A publicação de 382 páginas conta com artigos de Antônio Maia, Arthur Leandro, Aulo Barretti Filho, Ayoade Kazeem Adeleke, Dilma de Melo e Silva, Emanuelle Kadya Tall, Ileana Hodge Limonta, José Pedro da Silva Neto, Julio Ismael Martinez Betancourt, Marcelo Mendes, Mopelola Osunfumike Oladejo, Bàbá Ògúndáre, Omoriyeba Silifatu Lasisi, Paulo Cesar Pereira de Oliveira, Rachel Rua Baptista Bakke, Regina Nogueira, Rita Amaral, Roberval José Marinho, Rosenilton Silva de Oliveira, Vagner Gonçalves da Silva e Yumei I. Morales Labañino, pesquisadores e autoridades tradicionais de matriz africana de diversos pontos do Brasil e também da França, Cuba e Nigéria.

Vale ressaltar que o Festival realizado em São Paulo recebeu do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do Ministério da Cultura o I Prêmio Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana – 2014, que tem por objetivo o reconhecimento às ações de preservação, valorização e documentação do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana já realizadas e que, em razão da sua originalidade, excepcionalidade ou caráter exemplar, mereçam divulgação e reconhecimento público.

Ao longo destes 7 anos, agradecemos a todos e todas que se empenharam na realização deste livro, que não teria sido possível sem o apoio de inúmeras pessoas e instituições, como o Ilê Ode Lorecy na pessoa de Baba Ogundare e de toda a sua atuante comunidade tradicional de matriz africana e dos órgãos que ajudaram na sua organização, como o Centro de Estudos das Religiosidades Contemporâneas e das Culturas Negras (CERNe) do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, a Àgò Lònà Associação Cultural com a presidência de Sandra Campos e o Instituto Alaiandê Xirê.

Obrigado ao meu Ancestral Esa Kitalesi (Aulo Barretti Filho).

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