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A literatura contra a tristeza da pandemia

Como deve ser uma matéria sobre escritores? Realizado com perguntas e respostas escritas. E assim é essa matéria com a Angela Damasceno, da CASA Poéticas Negras, que tem seu endereço físico em Paraty, RJ.

A CASA Poéticas Negras é um coletivo de mulheres que nasce publicamente em maio de 2019, num grupo do Facebook. A intenção era marcar presença forte na FliP daquele ano. Nasceu, foi batizada e agora anda com pernas próprias, a criar projetos.


A websérie Insurgências Poéticas é um projeto em resposta ao tempo que sobrava no isolamento social da pandemia da covid-19. Com apresentação audiovisual, a idealizadora Angela Damasceno, convidava em maio de 2020, o internauta a ouvir, ver e conhecer escritores, escritoras, artistas plásticos, jornalistas, sambistas, cineastas, professores e professoras, suas relações com os livros e as mudanças que cada convidado viveu, por meio da leitura. Foram 45 depoimentos. Cada depoimento durou em média 3 minutos e 30 segundos. Em todos, os convidados compartilharam suas melhores impressões sobre os livros e os autores.


A seguir a entrevista com a idealizadora, Angela Damasceno, da websérie Insurgências Poéticas.


Divulgação

Site FCPT: Além da negritude, quais foram os critérios que você adotou para convidar os participantes?

Angela Damasceno: A websérie Insurgências Poéticas, reuniu escritoras, escritores, comunicadoras, intelectuais, ativistas culturais, agentes de ensino e da saúde que reverberam em suas redes sociais e/ou atividades o hábito da leitura focada na literatura afro-brasileira ou da diáspora.


Site FCPT: Quantos artistas participaram,?

Angela Damasceno: O projeto reuniu 45 mulheres e homens afrodescentes, sendo 65% mulheres negras.


Site FCPT: Como foi o retorno do público?

Angela Damasceno: O projeto foi somou a marca de 26 mil visualizações em nossas redes sociais, o que nos evidenciou um genuíno interesse e apreço pelo vasto acervo de obras afro centradas disponíveis.


Site FCPT: A pandemia tem obrigado a nos reinventar. Você acha que as ferramentas virtuais podem auxiliar no debate sobre o racismo no Brasil?

Angela Damasceno: A tecnologia é uma grande aliada para mitigação de práticas discriminatórias. As atuais plataformas digitais possibilitam que um conteúdos anti racistas por exemplo, possam ser pulverizados com maior alcance, engajando e gerando reflexão. As pautas do movimento negro, assim como as de outros movimento sociais se beneficiam e muito da tecnologia em tempos tão incertos e intolerantes.


Site FCPT: O coletivo fez alguma avaliação? Fariam novos encontros virtuais?

Angela Damasceno: Migrar nossa atuação para os meios digitais foi desafiador mas enriquecedor, exatamente pela oportunidade de impacto e alcance dos conteúdos produzidos. O uso da tecnologia para nós evidenciou o quanto democrático o acesso pode ser a conteúdos relevantes como os abordados no projeto Insurgências Poéticas. Descortinar o vasto acervo de literatura afro-brasileira disponível possibilita uma melhor e maior compreensão da necessidade de melhorar o acesso e espaço à intelectuais, escritoras negras e escritores negros. A crise sanitária que se instalou no Brasil e mundo, nos chama as nos condicionar a uma nova realidade e isso diz respeito a integrar a tecnologia sim, em nossas ações.

Serviço:

A CASA Poéticas Negras, é um espaço de valorização, promoção e difusão das manifestações artísticas e literárias afro-brasileiras e da diáspora. Para curtir e acompanhar no Facebook e Instagram: @casapoeticasnegras

Todos os vídeos/depoimentos Insurgências Poéticas estão na página da CASA Poéticas Negras, no Facebook. Clique aqui.

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