Comunicado público ao campo cultural e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
O Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais (FCPT), vem a público externar sua posição contrária a forma como foi tratada a formação da comissão de seleção dos editais de premiação da Lei Aldir Blanc na cidade de São Paulo.
A Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc não é de fomento, é uma Lei de Emergência, sendo, portanto, fundamental para que tais medidas sejam executadas visando atender às necessidades de um setor cultural que abrange mestres, fazedores, agentes, técnicos, profissões, segmentos, linguagens e culturas. Entendemos que o processo está sendo dirigido de forma equivocada, sem a devida transparência pública e sem a representatividade da diversidade cultural da cidade de São Paulo.
Sabemos que um chamamento público deveria ser conduzido de maneira democrática e transparente, com critérios e métodos definidos, onde toda e qualquer entidade cultural da cidade pudesse ter acesso com igualdade e isonomia. Lamentamos que o grande contingente das culturas populares e tradicionais da cidade não estejam representadas na comissão de seleção. Não houve chamamento público e no nosso entendimento se refere a uma prática ilegal. Deste modo queremos ratificar a nossa posição diante do exposto, mas este Fórum declara que não entrará com ação de recurso em respeito a celeridade da EMERGÊNCIA CULTURAL e aos coletivos participantes do Fórum Emergencial da Capital.
Povos e territórios tradicionais de matriz africana, indígenas, quilombolas, repentistas, cordelistas, folia de reis, bumba meu boi, jongos, congados, cultura oral, cultura caipira, entre tantos outros mestres e brincantes ficam novamente excluídos da burocrática e limitante visão de cultura. O Brasil é reconhecido pela sua exuberância e diversidade cultural, mas o Poder Público poucas vezes acolheu, e entendeu, essa riqueza.
Atenciosamente,
Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais
