A pajelança feminina
Na série Intolerância Religiosa, o outro nome do Racismo, a Comunicação do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais está entrevistando pessoas que praticam sua fé além das religiões cristãs. Em pleno século 21, os entrevistados denunciam a perseguição e a violência que ainda sofrem no país que garante a liberdade de Credo, ou de Crença, em sua Constituição. Não se trata de defender uma ou outra religião, mas de ouvir personagens que deveriam ter seu direito à prática de sua fé respeitado.
Nessa entrevista convidamos a Maria Rita Muniz de Andrade, a Rita Tupinambá, agricultora, mãe de sete filhos e, desde 2019, pajé Tupinambá Hã Hã Hãe na Terra Indígena Caramuru Catarina Paraguaçu, no sul da Bahia. Sua pajelança foi revelada num encontro de pajés na região, quando teve sua primeira experiência com um encantado.
Sua fala tranquila lembra uma frase do antropólogo Levi-Strauss, no seu livro Antropologia Estrutural: “A maior parte das culturas que chamamos de primitivas usa da linguagem com parcimônia; não se fala quando se quer e sem motivo. As manifestações verbais são aí frequentemente limitadas a circunstâncias prescritas, fora das quais se poupam as palavras.”
Rita Tupinambá é o retrato de como o Brasil trata o povo originário: invisibilizando suas raízes mais antigas, por isso suas palavras estão à disposição em áudios, uma maneira de manter na íntegra as ideias. Nos áudios, ela nos conta que ser pajé é desafiador, que é necessário foco para manter sua Cultura de pé e que acredita que sua comunidade será transformada “na força do Amor!”
A seguir a entrevista com Rita Tupinambá. Comunicação FCPT: Na cultura dos colonizadores quase não se fala do papel das mulheres indígenas no Brasil. Por favor, como é ser pajé numa Terra Indígena? Você é a única? Clique aqui para ouvir a resposta de Rita Tupinambá 01
Comunicação FCPT: Como liderança espiritual, como lhe tratam os líderes espirituais de outras religiões?
Comunicação FCPT: Você foi vítima de intolerância religiosa?
Comunicação FCPT: Qual seria a sua receita de cura para os que não respeitam outras culturas?
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