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Faz escuro, mas eu canto



Daiara Tukano em “Véxoa: nós sabemos”, na exposição coletiva de arte indígena na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2020 – 2021).


“Faz escuro, mas eu canto” é o título do livro do poeta amazonense Thiago de Mello, de 1965, que traz uma segunda parte, separada por dois pontos: “porque a manhã vai chegar”. “Faz escuro, mas eu canto” é o tema da 34ª Bienal de Arte de SP, e que segundo seus curadores, Jacopo Crivelli Visconti, Paulo Miyada, Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez, “pretende reivindicar o direito à complexidade e à opacidade, tanto das expressões da arte e da cultura quanto das próprias identidades de sujeitos e grupos sociais”. E as presenças dos artistas indígenas Daiara Tukano, Jaider Esbell e Sueli Maxakali estão garantidas nessa edição.


Mas a participação deles não está limitada ao Pavilhão Ciccillo Matarazzo, local da 34ª Bienal de Arte de SP. Não. Segundo Daiara Tukano, essa é a “década da arte indígena contemporânea”, e a mostra Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea, no MAM SP, com curadoria de Jaider Esbell, artista da etnia macuxi, é uma prova desse avanço. A exposição coletiva quer apresentar ao público outras histórias da arte, e não tentar encaixar a arte indígena em parâmetros já estabelecidos. O nome da mostra – Moquém_Surarî – refere-se à narrativa makuxi sobre a transformação do Moquém em uma mulher que, nos tempos antigos, subiu aos céus à procura de seu dono que a havia abandonado. Uma vez no céu, Surarî se transforma na constelação responsável por trazer a chuva, marcando o fim do mundo e o começo de um novo.


E o novo é que a artista visual Duhigó é a primeira mulher indígena do Amazonas a ter a obra Nepũ Arquepũ adquirida para o acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Nascida na aldeia Paricachocheira, no município de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro, AM, a filha de pai Tukano e mãe Dessana, é formada na Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura Amazônicas. Essas participações são os sinais desse reconhecimento pela estética das diversas etnias que habitam o Brasil. “Afinal mais importante que tacar fogo em estátua velha de bandeirante é abrir espaço para que nós indígenas, criemos nossas próprias referências sobre nós mesmos: autorrepresentar-se é um exercício de autonomia, liberdade e dignidade indígena”, provoca Daiana Tukano.


E a arte indígena conquista mais um espaço. Dessa vez no pop Prêmio Pipa. Criado em 2010 e realizado anualmente, o Prêmio PIPA é considerado uma das principais premiações de arte contemporânea do Brasil e tem quatro artistas indígenas concorrendo: ASCURI, Daiara Tukano, Genilson Guajajara e Jaider Esbell. Nesta última etapa, será possível escolher um dos artistas indígenas. Para votar acesse: https://www.premiopipa.com/votar-no-pipa-online-3 Dia 4 de setembro é o último dia para a votação popular.


A Arte, mais uma vez, mostra um caminho possível para viver nesse planeta. E do escuro, os artistas cantam: “porque a manhã vai chegar”!


Serviços: 34ª Bienal de Arte de SP - Faz escuro mas eu canto

Prédio Bienal no Pq do Ibirapuera. SP.

4 de setembro a 5 de dezembro -

terça, quarta, sexta e domingo, 10h - 19h (última entrada às 18h30)

quinta e sábado, 10h - 21h (última entrada às 20h30)

Entrada gratuita


Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea

Museu de Arte Moderna de São Paulo no Pq do Ibirapuera. SP.

4 de setembro a 28 de novembro - terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)

Curadoria: Jaider Esbell

Assistência de curadoria: Paula Berbert

Consultoria: Pedro Cesarino

Telefone: (11) 5085-1300

Entrada gratuita, com contribuição sugerida. Agendamento prévio necessário. site oficial: https://mam.org.br/exposicao/moquem_surari-arte-indigena-contemporanea/








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