Obrigado, Mestre Lumumba!
“Ogum, proteja nossa casa pois somos seus filhos.
Nós que lhe cultuamos, dê-nos licença nos caminhos.
Ogum senhor das guerras nos proteja, venha até nós e faça nossa casa feliz. ”
[Fragmentos de cantiga para a divindade ioruba Ogum]
Palavras e adjetivos sempre serão poucas para tentar circunscrever a importância de Mestre Lumumba (Benedito Luiz Amauro) não só para cultura negra, mas também para cultura brasileira.
Ele plantou em centenas de pessoas perspectivas de existência e humanidade, principalmente àquelas vivenciadas e praticadas pelos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, seja com todo seu conhecimento nos campos das artes seja com sua sabedoria nas articulações políticas institucionais.
Como Ogum, seu Pai, ele empunhou seu facão não só para estilhaçar os corpos dos racistas e seus agentes, mas também percutiu em sua voz maneiras de enfrentar a fome de seu povo. Ensinou muito mais com sua língua-facão que o poder da população preta e marginalizada reside na resistência coletiva-comunitária e principalmente nos conhecimentos sobre nossa maneira negra de viver e se relacionar com o mundo.
Mestre Lumumba é prova viva de que sabemos o que queremos para além de uma injunção assassina que cotidianamente o racismo quer nos creditar. Assim como Ogum, ele continuará sendo nosso guerreiro civilizador.
Obrigado Mestre, que finalmente haja paz no renascimento.
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