Odù Ogbèfún! Salve 2022!
Odù Ogbèfún
A corneta soou e a morte fugiu!
Salve 2022!
Por Pedro Neto
O povo yorùbá (iorubá) é um “grupo étnico-cultural que hoje, na sua grande maioria se concentra na Nigéria, em menor parte no atual Benim (antigo Daomé) e em sua minoria no Togo e em Gana, todos na África Negra. O grupo étnico yorùbá, é subdividido em vários subgrupos tais como os: Kétu, Òyó, Ìjèsà, Ifè, Ifòn, Ègbá, Èfòn, etc. Esses deram origem na diáspora à religião dos Òrìsà. “O termo yorùbá,” aplica-se a um grupo linguístico de vários milhões de indivíduos. Além da linguagem comum, os yorùbá estão unidos por uma mesma cultura e tradições de sua origem comum, na cidade de Ilé-Ifè. É duvidoso que, antes do século XIX, eles se chamassem uns aos outros por um mesmo nome.” (S. O. Biobaku). Antes de se ter conhecimento do termo “yorùbá”, livros e mapas antigos, entre 1656 e 1730, são unânimes em chamar esses povos de Ulkumy. Em 1734, o termo “Ulkumy” desaparece dos mapas e é substituído por Ayo ou Eyo, para designar os do império de Òyó. O termo “yorùbá”, efetivamente, chegou ao conhecimento do mundo ocidental em 1826. Parece ter sido atribuído pelos haussá exclusivamente ao povo de Òyó”. (BARRETTI FILHO, 1984).
Através do manuseio dos instrumentos divinatórios yorùbá (iorubá), por um sistema binário, se obtém marcas com símbolos próprios, que codificadas resultam em um conjunto-signo chamado de Odù (Odú). Existem, por análise combinatória, 256 (duzentos e cinquenta e seis) Odù (odú).
Cada configuração possui um nome, contém característica e um número indeterminado de estórias específicas em forma de poemas sacros, chamados de ese ifá (essé ifá), quando parte ou total desses são convertidos em prosa são chamados de ìtàn ifá (itãn ifá).
Obtendo o Odù (odú), entende-se e interpreta-se todo o seu significado adaptando-o para os dias atuais e futuros, de maneira tal que responda as inquietações dos seres humanos.
O conjunto-signo-marca destacado aqui é o Odù Ogbèfún que nos ensina que podemos afastar a morte e maus espíritos quando soamos instrumentos sonoros, como cornetas, trombetas, apitos, sinos, entre outros.
Referência Bibliográficas
ABIMBOLA, Wande. Ifá, an exposition of Ifá Literary Corpus. Ibadan, Oxford Uni Press, 1976. 256 p.
ABRAHAN, R. C. Dictionary of modern yoruba. 2. ed. Londres: Hodder & Soughton, 1962. 776 p.
BARRETTI FILHO. Aulo.Dos Yorùbá ao Candomblé Kétu - Origens, Tradições e Continuidade. Aulo Barretti Filho (org.), São Paulo, Edusp, 2010b. 302 p.
BARRETTI FILHO, Aulo. IIé-Ifé: O Berço dos Yorùbá, de Odùduwà a Sàngó. Revista Ébano, nº 23, 1984, p. 33-35.
MAUPOIL, Bernad. La Géomancie à l'ancienne Côte des Esclaves. Paris, MTIE, n.º 42, 1943. 700 pp.
SILVA NETO, José Pedro da. MASP Áudios: Histórias afro-atlânticas, 2018. Autoria desconhecida, “Copa da adivinhação”, Agére Ifá (Celebração para Ifá), séc 20, por Pedro Neto.
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